Sinopse e detalhes
Em Chicago, um arcebispo (Stanley
Anderson) assassinado com 78 facadas. O crime choca a opinião pública e tudo
indica que o assassino um jovem de 19 anos (Edward Norton), que foi preso com
as roupas cobertas de sangue da vítima. No entanto, um ex-promotor (Richard
Gere) que se tornou um advogado bem-sucedido se propõe a defendê-lo, sem cobrar
honorários, tendo um motivo para isto: adora ser coberto pela mídia, além de
ter uma incrível necessidade de vencer.
Dirigido por: Gregory
Hoblit.
Elenco:
Richard Gere .... Martin
Vail
Laura Linney .... Janet
Venable
John Mahoney .... John
Shaughnessy
Alfre Woodard .... Juíza
Miriam Shoat
Frances McDormand ....
Dra. Molly Arrington
Terry O'Quinn .... Bud
Yancy
Andre Braugher ....
Tommy Goodman
Steven Bauer .... Joey
Pinero
Joe Spano .... Capitão
Abel Stenner
Tony Plana .... Martinez
Stanley Anderson ....
Arcebispo Richard Rushman
Maura Tierney .... Naomi
Chance
Jon Seda .... Alex
Reg Rogers .... Jack
Connerman
Edward Norton .... Aaron
Stampler
Roteiro: Steve Shagan e Ann Biderman, baseado em romance de William Diehl.
Produção: Gary Lucchesi.
RESENHA
O filme nos narra a estória de um jovem de 19 anos chamado
Aaron Stampler que se vê envolvido no assassinato do arcebispo de Chicago Richard Rushman, com 78 facadas, fato esse
que o fez ficar conhecido como o “Carniceiro de São Miguel”. O ex- promotor e
advogado criminalista mais famoso de Chicago, Martin Vail, aceita defender o
Aaron para livrá-lo do corredor da morte. A promotora Janet Vanable emprega
esforços para levá-lo ao corredor da morte, com a orientação do Juiz John Shaughnessy (cargo equivalente à procurador de
justiça).
Vail é conhecido por
convencer com maestria os jurados em um
tribunal, porém esse caso complica-se pelo fato do arcebispo Rushman ser uma figura
pública e carismática. O que não se sabe é que o arcebispo esconde um lado
reprovável pela sociedade em geral, o mesmo possui distúrbio pedofílico e
realiza suas fantasias dirigindo atos sexuais entre jovens (coroinhas)
acolhidos pelo mesmo.
Alegando que foi abandonado
pelo seu pai, ter lapsos de memória e ser vítima de maus tratos, Aaron,
desperta Roy, seu alter-ego, oposto a sua personalidade. Enquanto Aaron é
tímido e inseguro, Roy tem voz firme, olhar ameaçador e postura corporal
intimidadora.
Após a descoberta do
distúrbio pedofílico de Rushman, Vail fica receoso em divulgar a notícia e ter
a reprovação do júri, envia o material à promotora para que a mesma tenha
aborde o fato no tribunal, algo que facilitaria com que Vail convencesse o
júri. A seu favor, Vail descobre que seu cliente é portador de Transtorno dissociativo de identidade, um distúrbio que faz
com que o portador aflore múltiplas identidades (geralmente duas). Com essa
prerrogativa, Vail pode requerer a internação de seu cliente perante os
jurados, uma vez que o mesmo possui doença que tolhe o discernimento.
Nos instantes finais, já no
julgamento de Aaron, pouco antes da abordagem da promotora, Martin Vail, atiça
Aaron para que este movido pela forte emoção, emane seu alter-ego no momento da
fala de Vanable. A estratégia acaba dando certo e Vanable ao questionar o réu o
deixa ainda mais nervoso, fazendo com que Roy, saísse do alter-ego e aflorasse
no ego de Aaron, comandando as ações agressivas do mesmo, perante a todos
naquele recinto.
A estratégia dá certo e
Aaron é livrado do corredor da morte. Porem ao visita-lo na prisão afim de dar
a notícia, Vail tem uma surpresa desagradável. Aaron na verdade o manipulou o
tempo inteiro e sua personalidade verdadeira era a que o mesmo chamava de Roy.
Percebe-se pela atuação do Richard Gere que Vail fica sem chão com a descoberta
e sente-se traído e assim termina a estória.
Um filme que prende nossos
olhos e aguça nossos pensamentos como estudantes e futuros operadores do Direito,
a respeito do Processo Penal.
O desenrolar do filme, traz
de forma latente o princípio do contraditório e do livre convencimento do juiz
contemplados em diversas cenas onde Vail e Vanable embatem-se com seus
argumentos, provas, arrolo de testemunhas, laudos periciais, laudos
psiquiátricos dentre outros, para provar à Juíza Miriam Shoat a inocência ou
culpabilidade do réu.
Traçando um paralelo com a
obra da Paula Bajer, a paridade das armas, mostra-se comprometida no fato, uma
vez que o John Shaughnessy mantinha negócios financeiros com o arcebispo
Rushman fazendo com que a promotora agisse com maior rigidez afim de condenar o
acusado. Vail por outro lado, expõe a dificuldade de parear armas contra o
Estado e seu aparato, uma vez que o mesmo usa investigador particular ou mesmo
vai à cena do crime para verificar vestígios despercebidos.
A ética é importante
salientar nessa estória, já que o advogado de defesa e a Promotora mantiveram
um caso por seis meses (foro íntimo). Juiz Shaughnessy mantinha negócios de
cunho financeiro com a vítima (suspeito). O próprio Vail havia se desentendido
com Shaugnessy quando exercia o cargo de Promotor e por esse motivo o mesmo
decidiu ser advogado de defesa.
Por último e mais
importante, os argumentos usados durante tribunal, as falácias, os argumentos
ad misericordian, discurso jurídico, a exordial, epidítico, lógico, tão bem
abordados por Chaim Perelman em seu livro Tratado da
argumentação que mostra a pedra
fundamental do Direito: a arte de comunicar-se bem.
Excelente análise. Tanto para profissionais do Direito, quanto para mim, mera apreciadora de um bom filme. Parabéns!
ResponderExcluirÓtima resenha, parabéns e obrigado por compartilhar.
ResponderExcluirPor nada Francisco, sempre que precisar, estou a disposição!
ResponderExcluirQual é o gênero desse filme?
ResponderExcluirsuspence
ResponderExcluirExcelente filme, trama muito bem feita .
ResponderExcluirPercebemos o outro lado da justiça. ⚖💰